Montmartre tem que estar no seu roteiro de Paris! Um lugar charmoso, pitoresco e que guarda boa parte da história da arte francesa. Ruas de paralelepípedo, arquitetura antiga… Quando você sai do burburinho do centro e chega em Montmartre parece que entrou numa máquina do tempo.
É como voltar ao final século XIX e do século XX. Época em que os grandes mestres da pintura moraram, alugaram ateliêrs e se inspiraram em paisagens do bairro para criar obras-primas. Por aqui passaram ninguém menos que Van Gogh, Cézanne, Pablo Picasso, Monet, Renoir, Henri Matisse, Edgar Degas, Toulouse-Lautrec, Salvador Dali, Modigliani e muitos outros. Com tantos habitués ilustres, Montmartre se tornou o centro de toda a vida artística e intelectual de Paris.
Montmartre fica no topo de uma colina e pode ser avistado de vários pontos da cidade. Ainda hoje é conhecido como o bairro mais boêmio de Paris!
A área de Montmartre é relativamente pequena, mas por ser um bairro mais afastado da região central e dos outros programas que você provavelmente vai fazer, o ideal é reservar pelo menos metade do dia para conhecer esse cantinho de Paris.
Eu diria que em meia hora é possível percorrer o bairro, mas ninguém aqui está com pressa, não é? Você vai querer desviar o caminho e espiar as ruazinhas estreitas, entrar numa lojinha, visitar com calma alguma atração, tirar muitas fotos e comer uma baguete ou tomar um chocolate quente.
Antes de começar, a dica número um: use um tênis ou sapato confortável. As ruas são de paralelepípedo e para acessar Montmartre é preciso subir ladeiras e escadarias, dependendo do trajeto escolhido para chegar lá.
Além das dicas que damos aqui, sugerimos que você explore o bairro e mantenha o olhar atento. Montmartre é super diverso e rico em arte. Crie seu roteiro e não tenha medo de entrar em ruas que não estão nessa lista. Você com certeza, vai encontrar algo bom pra guardar na memória! E depois conta aqui pra gente nos comentários.
O que ver em Montmartre:
1. Basílica de Sacre Coeur
No ponto mais alto de Paris, numa colina a 130 metros de altura, fica o símbolo de Montmartre.

Dali, a vista da cidade é deslumbrante. Aos pés da escadaria da Igreja há, inclusive, alguns binóculos para a observação da cidade lá embaixo.A Basílica recebe a visita de milhares de turistas anualmente, não apenas de religiosos ou peregrinos. Lá dentro, o mosaico chama a atenção, bem como o altar de 475 metros, um dos maiores do mundo.

A Igreja foi erguida como pagamento de uma promessa caso a França sobrevivesse aos ataques do exército alemão durante a Primeira Grande Guerra. E Paul Abadie teve de participar de um concurso com outros 77 arquitetos para assumir o projeto. A construção levou cerca de 39 anos.
Seu estilo tem influências das arquiteturas romana e bizantina, e o interior tem o formato de cruz grega. Adornada por 4 cúpulas, sendo que a central é a maior, com 80 metros de altura. É possível subir na cúpula da Basílica. Veja a seguir.
2. Cúpula da Basílica
Prepare as pernas. São 300 degraus até o topo. A subida é por uma escada em espiral e passagens estreitas. Cansativo, porém divertido! Vale muito a pena subir! O ingresso custa € 7 para adultos e € 4 para menores de 16 anos.
Quando subimos, havia super pouca gente. E as pessoas geralmente sobem, olham a vista e descem. Eu e o Alê, costumamos demorar nos lugares pra tirar fotos e observar tudo rsrs. Acho que ficamos lá na cúpula por quase uma hora! Venta muito, então leve alguma echarpe ou casaco leve mesmo num dia mais quente.
Seguem algumas fotos que o Alê tirou lá de cima!
3. Place du Tertre
É aqui que se concentram os artistas de rua que desenham paisagens, retratos, caricaturas e vendem objetos de arte enquanto são observados por centenas de turistas. No entorno da praça há dezenas de restaurantes e cafés. Você pode pedir para um deles fazer um retrato seu ou comprar alguma pintura!
4. Café Les Deux Moulins
O café ficou mundialmente famoso em 2001, após servir de cenário para filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulin”, estrelado por Audrey Tautou. Era nesse café que a personagem Amélie trabalhava. Já estive nesse café duas vezes. Acho divertido, mas confesso que é um programa apenas para quem gostou muito do filme, como eu!
Lá dentro há vários objetos que remetem ao filme e um cartaz autografado por Audrey Tautou. O lugar é super fofo, mas dessa última vez, tivemos a impressão dele estar meio decadente. A comida, além de cara, não é lá essas coisas, então o que vale mesmo é pedir um café apenas para conhecer e fazer uma foto.
Não recomendamos almoçar ou jantar. Também achamos que os funcionários estavam muito mal-humorados naquele dia. Não ficou claro pra gente se era pelo fato da gente consumir apenas um café e um doce e pedir pra tirar fotos. Enfim, vale a visita, mas não crie tantas expectativas.
5. Rue de L’ Abreuvoir
É considerada uma das ruas mais lindas de Paris! Na chegada ou na partida de Montmartre você deve passar por ela. Então aproveite a vista. Ao fundo é possível avistar a cúpula da Basílica de Sacre Coeur. O caminho virou rua em 1863 e ganhou esse nome por conta de um bebedouro (abreuvoir em francês) que está lá até hoje.
6. La Maison Rose
Foi a primeira construção da Rue de L’Abreuvoir. Lá, na verdade, funciona um café e o estabelecimento está nesse local há mais de cem anos, ou seja, antes mesmo de Montmartre ser anexada à Paris! No dia em que passei pela “casa rosa”, ela estava fechada. E o curioso foi um cartaz bem na fachada pedindo para os turistas não tirarem fotos sem permissão, em respeito à privacidade dos clientes.
Só a título de curiosidade: os antigos donos da Maison Rose eram amissíssimos de Pablo Picasso e um deles foi o mentor de Salvador Dali, quando o espanhol iniciou na pintura. Mas Picasso não era o único frequentador famoso. por ali já passaram Albert Camus, Suzanne Valadon e Maurice Utrillo. Este ultimo, inclusive chegou a se inspirar na Casa Rosa para algumas de suas pinturas.
7. Le Passe Muraille
A um quarteirão da Casa Rosa, fica uma escultura pra lá de divertida. A obra é de Jean Marais e foi produzida em 1989, como forma de imortalizar a personagem principal do romance de Marcel Ayme. O nome significa passar pela parede.O livro conta a história de Dutilleul, um homem que, de repente, descobriu que podia atravessar paredes. Dutilleul começou a usar esse “super poder” para infernizar a vida do chefe e enriquecer ilicitamente. Foi preso, mas claro que escapou pela parede da delegacia. Dutilleul se apaixonou por uma mulher casada, a qual o marido ciumento trancava no quarto. Com suas habilidades não foi difícil manter o caso extraconjugal. Até que um dia, ao deixar a casa da amante, ele perde seu dom, exatamente enquanto passava pela parede. Por ironia do destino, ele ficou ali mesmo, emparedado!
A obra de arte fica bem em frente à antiga casa do autor, na praça que leva seu nome: Place Marcel Aymé, 75018.
8. The Sinking House
Olhando assim, não parece que o prédio está afundando?
Uma bela ilusão de ótica e um truque com a posição da câmera. Um pouco abaixo da escadaria da Sacre Coeur você vai avistar esse edifício. Pra conseguir os ângulos perfeitos pra foto, é preciso atravessar uma grade que separa o gramado da rua. Muita gente vai para essa área, não apenas para tirar fotos, mas pra simplesmente ficar ali no gramado, especialmente num dia bonito. Daí é só se divertir com o efeito.
9. Ateliers de pintores famosos
Artistas renomados moraram ou passaram uma temporada em Montmartre. Ainda hoje é possível passar por estes endereços e, pelo menos, imaginar como era a vida de grandes gênios da pintura.
Na Rue Lepic, 54, Vincent Van Gogh morou com o irmão, Theo. Os dois dividiram um apartamento no terceiro andar do predio, em 1886.
Já Toulouse-Lautrec viveu na Rue de Coulaincourt, 27 entre os anos de 1887 e 1893.
O primeiro atelier de Pablo Picasso também pode ser visto. Uma placa indica que ele teve seu studio na Rue Gabrielle, 49.
10. Muro do Eu te Amo
Não é imperdível, mas vai estar no seu caminho. Então, por que não? “Le mur des je t’aime” é um painel de 40m², idealizado pelo artista Frédéric Baron, que registrou os diversos diversos jeitos de se dizer “Eu te amo”em 300 idiomas. O muro do Eu Te Amo fica um pouco escondido, dentro de um pequeno parque, em frente à estação de metrô Abbesses.